terça-feira, 29 de março de 2011

Dilma ataca novamente

Dilmandona querendo privatizar os aeroportos????
Justo quem!!
E aquele discurso todo contra as privatizações? Na campanha ela atacava
Serra dizendo que ele ia privatizar tudo.
Faltou competência pra arrumar tudo a tempo da copa????
Vocês que votaram nela devem estar estranhando neh?
Ou melhor, acho que não....vocês que votaram nela não devem saber nem do que se trata!

sábado, 26 de março de 2011

Hipocrisiaaaa! Eu quero uma pra viver!!!

Cena 1 - Breno correndo atrás de um galo gordo e Couro agachado no beiral do fogão de lenha dizendo Se pegar o galo tem o direito de comer. Corre daqui, olé dali, Breno agarra o galo. Não tem coragem de segurar pelo pescoço, o que permite ao galo ficar gritando. E ele ficou. Aaquele grito de agonia e clemência. Couro dá o biscol pra Breno dizendo Aí tem que ser de uma vez só, ou cê vai deixar o galo agonizando?
Breno amira, ajeita, reajeita, ensaia, faz que vai serrar, depois faz que vai bater, Couro atravessa o quintal, retoma o biscol pega o galo e serra o pescoço do bicho com força e rapidez. A cabeça cai prum lado, o corpo sai voando, se debatendo e pulando pelo quintal, jorrando sangue do topo do pescoço. A cabeça tá no mesmo lugar, o olho aberto ainda.
Tava Erica, Cali, Guy e eu. Saímos após o galicídio e fomos bater em casa de Bizunga, onde algumas horas depois apareceu aquele panelãão, com direito a um escaldado de parida. Só eu que num comeu.

Cena 2 - Breno assiste a Couro derrubar uma árvore. Primeiro, Couro escala ela com a mesma astúcia que um macaco teria. Lá em cima vai cortar os cipós e os galhos enrolados. Você pensa que árvore cada uma é uma?  Não! Elas são todas uma só, umas ligadas as outras, protegendo, entrelaçando e abraçando. Se cortar lá em baixo primeiro, quem disse que cai?
Desescalou Couro e tomou do machado. Cortou a árvore no-ma-cha-do, com a força de um gladiador. O pau foi caindo, foi estalando, caiu gritando. A árvore gritou. Não queiram presenciar tal tragédia.
O pau cai derrubando tudo em volta, derrubando aquelas que ainda não eram, mas queria ser árvore, um lugar ao dossel.
Nada, a floresta morre envolta, abre-se uma pequena clareira com o corte de uma única árvore.

Essa aí quem derrubou fui eu. Eu não tava lá, mas fui eu sim. Não sei dizer como aconteceu, foi tudo tão rápido...também não sei se quero me justificar.
Eu não queria derrubar aquelas árvores, e não só porque é lá, num lugar que eu tanto prezo, nenhuma nesse mundo eu derrubaria.

Aluguei minha casa e fui pra uma casa muito engraçada, não tinha telhado, não tinha nada. Não dava nem pra dormir  na rede porque na casa não tinha parede. Breno saiu catando cavaco, ajuntando as primeiras madeiras que via pela frente afim de não deixar seu pimpolho na chuva. Sua missão atrapalhada: um telhado pelo menos providenciar.

Uma pobre morada num fino paraíso. Derrubou umas 25 árvores - 16 de Ambuba.
Por mais que eu aceite a urgência - afinal Guy - não consigo durmir com a idéia de ter causado este buraco. E ainda vem a presidente e a vice da Convenção das Bruxas, querendo me dar piadinha, "ai nota zero pelo desmatamento em Ambuba", como se eu já não soubesse dos meus atos...preciso das benevolentes-até-a-página-cinco" pra me avisar!
Aiai. Alguém faz favor de me dizer daonde veio aquelas enÓrmes madeiras que compõem o esquadro de suas casas egogigantescas e suas belíssimas pousadas? Será que veio da França? Acho que não. Mas na cabeça de Jerico delas, só de não ser da Ambuba quer dizer que pode. Pagam mais caro na madeira -de olhos fechados- e compram sua consciência.  Me poupe, não vou nem responder, tenho muito o que fazer ainda, licença.

De meu lado de cá, quietinha, vendo a vida me levar, tentando arranjar um teto, penso obsessiva em sair por aí reflorestando. Cortei as árvores mas plantei uma idéia boa em meu coração, que está abrindo muitos caminhos nas trilhas da minha mente. Começo com o dobro de árvores nativas - articulo uma roça cansada na margem do rio - mata ciliar. Depois faço a idéia crescer junto com os paus.

Quem gostar da idéia pode fazer doação de mudas, que custam em média 20 reais por aqui - imagino que demoro um pouco pra conseguir comprar as 50 mudas - não sei se em outros lugares dá pra sair mais barato, vou pesquisar.

sexta-feira, 25 de março de 2011

domingo, 13 de março de 2011

Governo encontra maneira de frear pedido de licenças ambientais

O número de licenças ambientais cresce mais 500%.
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/887226-licenca-ambiental-cresce-570-com-aumento-de-obras-no-pais.shtml
Mas o governo encontrou uma maneira de diminuir esse número: não exigir mais licença ambiental para obras de estradas.
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+brasil,obras-de-ampliacao-de-estradas-nao-vao-precisar-de-estudo-de-impacto-ambiental,not_58301,0.htm
Imaginem, no Rio, tiveram que levantar um viaduto pra preservar uma espécie rara de rã. Em São Paulo, as obras do rodoanel ficaram comprometidas pelo achamento de um tipo de orquídea que pensava-se nõ existir mais. Aqui em Camamu, a rodovia teve que sofrer um desvio por conta de um sítio arqueológico encontrado durante as obras. E pensar em desviar quilômetros de estrada por causa de meia dúzia de quilombola ou indígenas....ara vamos logo acabar com isso.
É o mesmo que diminuir o índice de reprovação nas escolas proibindo os professores de reprovar qualquer aluno. Uma boa maneira de enganar as estatísticas e a comunidade internacional.
Parabéns ao governo pela facilidade de contornar os problemas.

A tragédia anunciada

Olha, sou super a favor das grandes catástrofes naturais, principalmente as que vitimam muitas pessoas. Desculpe-me falar assim, mas é que o homem faz o que bem quer da natureza, achando que é o dono do mundo, mas não é bem assim. 2012 taí, pra varrer a humanidade, pra limpar o planeta. Realmente o homem precisa ser exterminado, ou pelo menos diminuído consideravelmente seu contingente. 
Morar onde eu moro, na confluência entre um grande rio e o mar, me torna uma vítima em potencial, mas estou eu também disposta a este sacrifício, se for para o bem na minha mãe natureza. Os xiitas lá nos orientes não suicidam-se por um deus que nem existe? Poizantão, eu também dou minha vida pela reestruturação da minha mãe natureza, minha Deusa verdadeira, onipresente, onipotente e onisciente. Se bem que ela ganha mais com eu viva, pois sou defensora fervorosa de cada grãzinho de formiga - excetuando-se as baratas e os ratos.
Va lá que o acomodamento das placas tectônicas pode não ter, a princípio um "epicentro" na ação humana. Mas e o alerta de acidente nuclear, os reatores explodindo: ta vendo aí o recado? Que atraso: energia nuclear!!!!
Tsunamis no Japão e Indonésia, terremoto no Chile, água lavando e levando cidades de norte a sul do Brasil, nos Estados Unidos, Vulcões cuspindo cinza na europa, gelo derretendo mais rápido do que se calculava, o mundo não vai A CA BAR  em 2012, o mundo já está acabando, e vai continuar acabando depois da data da tragédia anunciada. Isso que vivemos é o fim do mundo. A violência nas ruas e as sacanagens nos gabinetes. Belo Monte deveria se chamar Quesedaneozíndios, a ferrovia Porto Sul em Ilhéus deveria se chamar FodaseaApa. A Vale extraindo matéria prima de armas de guerra. E você acredita realmente que o desmatamento na Amazônia caiu....ó coitado, é melhor você parar de assistir o JN. Ô hipocresia, é você aí em São Paulo que tosa a Amazônia. 
O problema é que as maiores vítimas das catástrofes naturais não são aqueles que ofendem na alma nossa mãe natureza, e sim aqueles que como ela, são vítimas da ganância de meia dúzia de senhores da guerra, desde a era das colonizações.
Não há mais quem grite contra tudo isso pra ser ouvido, nem mesmo Patchamama. Agora ela sabe, e você também, que pra lutar pela sobrevivência, só varrendo esse verme que jogaram irresponsávelmente na terra, e ainda lhe deu uma carteirinha do clube Livre Arbítrio. Pelo amor de deus, quem foi que inventou o homem?

quarta-feira, 9 de março de 2011

Extra-Extra: Maria pula a cerca e ninguém percebeu

Não posso acreditar que ainda hoje, após tanta informação e tanto conhecimento que a humanidade experimenta nessa era da internet, possa-se criar a imagem de jesus cristo de olhos azuis. Ver essa imagem ariana de jesus naqueles adesivos bregas que as pessoas colocm no carro ainda vá, eu suportei. Mas ao ver Roberto Carlos, desfilando na apoteose, frente a uma alegoria gigante de um jesus cristo de olhos azuis foi muito dolorido.
Até tu Roberto! Desce desse pedestal e conte pro povo que jesus era um hebreu, um povo da pele bem morena. Ou será que no Ssanto Sudário da pra ver que Jesus era bem o cruzamento de Maria com um padeiro ariano.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Acertando as contas

Quem Peca e Reza, Empata!

Cadê meu ser Caótico?

...o fato é que sem vigilância, acabei sumindo, por um tempo que já nem sei mais como calcular. E hoje, no meu tempo livre, me senti vazia como há muito não sentia. (Desculpem minhas queridas amigas, vocês a quem eu sempre preguei a liberdade total e o respeito integral às próprias vontades)
Sem vigilância, o ser caótico que me habitava escapou ante a paisagem bucólica do casamento.


escrito em 28/09/09 no blog meupedejaca.blogspot.com

Femme de la vie


Eu sempre invejei as prostitutas, e sempre me senti fraca diante delas. As prostis, como sabemos, são mulheres da vida. E nós, as não prostis, o que somos? Somos as mulheres dos nossos contos de fadas. Revivendo as histórias que ouvimos, por medo de pisar no chão. As meninas da vida não revivem o velho relato dos contos, com seus finais 'felizes'. Elas caminham pelo desconhecido e isso as torna reais, 'da vida'.

Eu mesma, mulher de-faz-de-conta, conheci raros homens que já foram a bordéis. Os homens dos meus contos nunca foram a bordéis, não precisam disso, jamais pagariam pra ter uma mulher.

As mulheres da vida conhecem os homens da vida: nossos maridos, nossos amores, nossos pais e nossos filhos reais. Nós só conhecemos homens que não existem.

Isso me faz lembrar um pequeno escritor (pequeno não na escrita, mas no tamanho) amigo meu que fala francês. Outro dia, eu e Meu Amigo Pedro recebemos a visita de um colega frances, fotógrafo da Magnun, que viaja o mundo vivendo e grafando os bordéis de sua vida. Para ciceronear nosso colega, Meu Amigo Pedro sugeriu levá-lo a um bordél no Largo da Batata, nossa morada. Mas Meu Amigo Pedro não fala frances, nosso colega tampouco fala português e eu, lembrei do pequeno escritor. Liguei para ele pedindo que os acompanhasse e ele recebeu meu pedido como uma ofensa mortal.

"Fernanda, eu jamais iria a um puteiro", disse ele quase com nojo.

Resultado: eu, que não falo frances, mas falo espanhol, guiando nosso fotógrafo pelas luzes vermelhas de sampa.

E o que eu vi nestas casas da vida? Homens, muitos homens - por incrível que parecesse. Homens vindos de um mundo mais real que o meu. Estavam lá meus amigos, meus amantes, meu pai, meu filho, estes homens que dizem a nós, mulheres de contos, que eles nunca vão às mulheres da vida. Até os pequenos escritores, que jamais iriam, estavam lá.

*

Era quase madrugada. Guy tinha acordado animadíssimo e em mim e em Breno bateu aquela fome. Fomos no posto de gasolina, onde uma chapa 24hs fabrica o sanduiche mais podrão da cidade - o mais consumido, o mais real.
Chega uma doida, com a boca travada, com idade de criança e atitude de experiente. Uma mulher da vida de Itacaré. Conhecia Breno. A mim chamava de 'gata', como se eu fosse uma menina inocente e mimanda, que deve ser elogiada, e a quem não se pode contar as coisas da vida. Eu me sentia mais que isso. Sentia como se fosse um quadro na parede, destes que mechem os olhos e a tudo observam. Meu desejo era pular da parede para a sala, do gesso para a vida.

Aquela menina da vida abraçava meu marido como se fossem bons amigos. Estava sinceramente emocionada (estava travada é claro). Pegava em seus ombros e se demonstrava feliz em ver Breno com sua mulherzinha e seu filhinho. Ela parecia conhecer nele o homem que eu nunca conheci.

Eu era a mulherzinha, calada pela fome, sentada no banco, devorando com gôsto um hamburquer que eu nem gosto, comendo aquela comida de mentira.

escritoem 11/11/09 no blog meupedejaca.blogspot.com

Milan Kundera me console

Em São Paulo sou preta, na Bahia sou branca.
Na Bahia meu cabelo é liso, em São Paulo meu cabelo é ruim.
Eu sempre fui rica de mais para ser considerada pobre,
sempre fui pobre demais para ser rica
Esta pequena dificuldade de enquadramento sempre fez com que eu me sentisse excluída
Nas comunidaes pobres por onde ando, sinto-me culpada por ter uma casa própria, sólida, e por ter o que comer todos os dias.
No metie dos ricos, sinto-me suja, ignorante e desatualizada por não poder compartilhar de suas novidaddes tecnologicas e de seus conceitos de moda. O desejo consumista é superfluo e caro. As vezes passo em frente a uma loja e seus produtos viram objetos de desejo. Crio em mim a necessidade desses produtos, necessidade que não existe de verdade, mas que eu crio e por isso necessito. Por não poder comprar, sinto-me excluída. É semelhante a uma fome. Lógico que não tao grave ou dramatico como passar fome estomacal, mas fico faminta e vou pra casa frustada. com o estômago mental roncando.
Eu e meu companheiro somos de famílias um tanto abastadas, e tudo o que temos devemos a nossos pais. Sem eles, ou o que eles nos deram, somos pobre-pobre-pobre-de-marré-de-ci.

Pois, quando estou na labuta do meu dia a dia (eu não preciso trabalhar pra comer e isso me torna rica, mas eu passo o dia todo nos afazeres da casa, e isso me revolve à pobreza), penso as vezes em Bruna, que foi a primeira namorada de Breno. (Olhem bem que eu não penso em Bruna com ciúme ou inveja. Acho ela linda mesmo e super legal....apenas a utilizo para fins reflexivos). Breno sempre a descreve como uma garota 'capa de revista'. Linda, loira, gostosa. Na praia, as pessoas se apressavem em fotografá-la. Se fazia top-less, era briga na certa. E pra melhorar, Bruna é rica. Nasceu rica - o que a torna ainda mais linda. Bruna nunca teve que sujar as unhas no bombril, nunca suou às bicas cavalgado com bravura um rôdo.

Linda, loira e rica. É o ideal de vida que todas as mulheres do mundo gostariam de viver. A vida de Bruna é um sonho. Não é realidade. (Bruna não deve comer pao com manteiga porque é o que tem, nem nunca lhe faltou dinheiro pra comprar um remédio)
As vezes me pergunto se Breno e Bruna tivessem se casado, ela estaria aqui limpando o chão de joelhos, ou estaria Breno empresariando em Salvador?

Me falaram da leveza e do peso. (A mim também Celo)
Será que a leveza da vida de Bruna a levará ao peso por nunca ter tocado a realidade?
Ou talvez eu encontre a leveza no final do dia, quando depois de lavar, cozinhar, limpar, varrer, arrumar, encontre a casa finalmente limpa, ainda que por alguns minutos. Ou ainda, a leveza me venha no final da vida, quando eu olhar pra traz e ver que valeu a pena.....enfim....Milan Kundera, me explique!

Ainda não encontrei a leveza do meu fardo.
Chego ao final do meu dia cansada, pesada. Mais feia, mais velha e secretamente triste.

Triste não porque queria ser rica, ou loira (ainda sou linda tá!), mas porque pra varrer e lavar roupa não é preciso pensar. Varrer e lavar roupa atrofiam o cérebro. E eu, que adoro pensar, perguntar, estudar, passo o dia todo atrofiando meu cérebro.


escrito em 04/12/09 no blog meupedejaca.blogspot.com